E por falar em arte, hoje nos despedimos de Tomie Otake, uma breve biografia dessa artista incrível que com certeza você já viu alguma obra dela por ai, babou e talvez não saiba quem a fez, agora te apresento Tomie Otake.
Tomie Ohtake é considerada a “dama das artes,plásticas brasileiras” pela carreira consagrada,
construída ao longo dos últimos cinqüenta anos, e pelo estilo ímpar de enfrentar a obra e a vida, nas quais força
e suavidade têm o mesmo significado. A fama conquistada, desde a década de 60, nunca modificou o desafio a que se propõe: o eterno reinventar.
Tomie Ohtake mudou-se para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, iniciou em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte passou a integrar o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe (1924 – 1997), Tikashi Fukushima (1920 – 2001), Flavio Shiró (1928), Tadashi Kaminagai (1899 – 1982), entre outros. Após um breve período de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970 trabalhou com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980 passou a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedicou-se também à escultura e realizou algumas delas para espaços públicos. Recebeu em Brasília o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura – Minc em 1995. Em 2000 foi criado o Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. Tomie Ohtake morreu dia 12 de Fevereiro de 2015, em São Paulo, aos 101 anos.
A força do destino
Veio para o Brasil com 23 anos de idade, só para visitar um irmão. Ficaria um ano ou dois, se tanto, para em seguida voltar ao Japão, sua terra natal, o único lugar que conhecia, e onde pretendia ficar por toda vida. Durante sua estada aqui, a situação do outro lado do oceano começou ficar incerta, com nuvens negras toldando a paz mal costurada com tratados secretos entre as potências, os quais se transformaram em bombas de efeito retardado que, a qualquer momento poderiam explodir. Seu irmão impediu o quanto pode o retorno dela à pátria, esperando que os céus da Europa e da Ásia se desanuviassem. Mas, ao contrário, o furor da guerra se desencadeou com toda sua força, primeiro num pacto entre a Alemanha e a Itália, depois, – aquilo que mais se temia – com a aliança do Japão com esses dois países, formando o eixo Berlim-Roma-Tóquio. Foi assim, que Tomie Ohtake, aquela frágil nipônica, pouco mais que uma adolescente, se viu forçada a prolongar sua permanência no Brasil. A guerra acabou, Tomie casou-se aqui mesmo com um engenheiro agrônomo e, a partir de então, tomou o Brasil por sua segunda pátria, caindo, gostosamente, na cilada que o destino lhe aprontou. Se predestinação existe, Tomie, mais do que ninguém, sentiu-a em si mesma, dirigida que foi, pela vida afora, por uma força externa que lhe encaminharia os passos, abrindo as portas à sua frente e fixando-lhe os rumos.
“Eu nunca pintei com o emocional. Sempre pintei mais friamente. É sempre colocando camada, camada, camada. Colocando muitas cores, camada, camada, até chegar onde eu quero. O gesto era bem mais calmo, caía sempre sobre a tela e seguia uma direção que era mais mental”.
Tomie Ohtake
OHTAKE, Tomie; ARRUDA, Vitoria (Coord.). Exposição retrospectiva Tomie Ohtake. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2000. p. 20.
Vou colocar imagens de algumas obras, que com certeza algumas você vai identificar.
E hoje infelizmente nos deixa essa grande artista, porém deixa também uma herança gigantesca para todo mundo, Obrigada Tomie por tornar nossa cidade cheia de coisas lindas de se apreciar e que certamente fazem parte do nosso cenário de Vida.
Vai em Paz.
Fonte( Instituto Tomie Otake )
Até Logo
Jéssica Coelho